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Habitação social no Luxemburgo

4 de novembro de 2014

Apesar da sua posição económica muito confortável, o Grão-Ducado do Luxemburgo não foi poupado pelos problemas de habitação nos últimos anos. No dia seguinte ao anúncio do ministro do Habitação sobre o lançamento de um plano para a construção de duas mil habitações a um custo acessível, façamos um ponto sobre a situação da habitação social no Luxemburgo.


Necessidades acrescidas

Com 70% da população proprietária da sua habitação e um PIB entre os mais elevados da Europa, o Luxemburgo parece protegido contra os problemas de habitação. No entanto, a situação não para de se degradar com o aumento do desemprego e uma diminuição geral dos rendimentos e do poder de compra. Paralelamente, o mercado imobiliário permanece em franca expansão com o triplicar dos preços no espaço de dez anos, vinculado igualmente ao aumento constante da população. Estes novos dados tornam a habitação inacessível para as famílias mais modestas, tanto mais que a habitação social é totalmente subdimensionada - quatro mil habitações, ou seja 3% do parque imobiliário, contra 32% nos Países Baixos e 17% em França.

Morar no Luxemburgo

Apesar da falta de habitações sociais ser gritante, existe no entanto a possibilidade de comprar uma casa ou de adquirir um apartamento no parque social no Luxemburgo. Ao lado dos municípios, duas sociedades parapúblicas permitem a quem cumpre os critérios de se tornar proprietário de uma habitação social. Trata-se do Fundo de Alojamento e da Sociedade nacional das habitações baratas (SNHBM) que, em conjunto, dispõem de um parque com cerca de 1.800 habitações.

Os novos compromissos


Os desafios da habitação social integram igualmente a diversidade social, as políticas da cidade e finalmente “viver em conjunto”. Com esta perspetiva, o Governo comprometeu-se a construir duas mil novas habitações sociais, até 2025, projeto ao qual serão consagrados 200 milhões de euros. No total serão, por conseguinte, quase 500 milhões de euros do Estado que irão subvencionar a construção de 8.400 habitações de baixo custo nos próximos anos. Este impulso deveria permitir tornar o alojamento social mais acessível e reduzir a pressão imobiliária que se torna gradualmente insuportável.

A habitação no Luxemburgo torna-se um verdadeiro desafio económico mas também social e político. Viver melhor em conjunto, escolhas arquitetónicas e ambientais, exigências económicas são tantos critérios a ter em conta para que morar no Luxemburgo, mesmo para os mais modestos, deixe de ser um desafio.